Dicas para você iniciar o ano da sua empresa, antes do Carnaval e parar de sambar com esta cultura ‘’brazuca’’.

Growth Hacker, Sidney Ferrér.

A cultura engole a empresa já no café da manhã. Um bom exemplo deste fenômeno é a crença de que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval. Antes de ser absurdo é real e a economia aqui, realmente só começa a deslanchar depois da Quarta-feira de Cinzas, quando aliás as receitas de muitas empresas já estão no limite e isso compromete os resultados do ano todo.

O remédio se chama foco em vendas, implantação de estratégias inteligentes e a troca da cultura ‘’brazuca’’ pela cultura Data Driven, por exemplo. Você sabe o que é?

Cultura Data Driven nada mais é que o uso de dados gerados por uma empresa para embasar tomadas de decisão de maneira preditiva.  O objetivo é usar a tecnologia, o marketing e a gestão integrados para coletar, analisar, filtrar e armazenar dados, transformando-os em informações e ações práticas para que gerem disrupturas para o crescimento da empresa.

Sem a parceria de um bom profissional de marketing ou agência esta Transformação Digital simplesmente não ocorre. O trabalho é intenso e de médio a longo prazo e é muito importante que haja previsão de um budget (reserva de verba específica) para o desenvolvimento do planejamento.

E então? Vamos iniciar o planejamento?

Ponto 1: Métricas comparativas.

Tão importante quanto a captura de dados para a tomada de decisões, são as métricas comparativas. Mas, para isso, é muito importante que você reúna os dados históricos da sua empresa, preferencialmente que comprovem os sucessos e insucessos dos anos anteriores. Eles serão utilizados como parâmetros de crescimento das novas estratégias implantadas.

Ponto 2: Imergir a empresa na Cultura da Transformação Digital.

Muitas empresas, pessoas e gestores pensam que estarem imersos na Era Digital é possuir equipamentos modernos como uma impressora 3D, ter presença digital nas Redes Sociais ou quem sabe inaugurar um departamento de T.I dentro da empresa e construir o próprio Site.

Mas, não é nada disso!

A palavra “cultura” nos remete a uma mudança de mindset total e a assimilação da Economia Compartilhada em detrimento a de fundamentos meramente capitalistas. Esta nova forma de gestão, chamada de ambidestra inclui as pessoas, a sociedade, o meio ambiente e a utilização da tecnologia como meio e não como fim.

Como se pode ver, apenas discursos motivadores não serão capazes de transformar a cultura da empresa, são necessários exemplos práticos, ações e muita comunicação interna e externa.

Ponto 3: Clareza nos objetivos.

As mudanças são operacionalizadas pelas pessoas, portanto, será preciso “picar com o bichinho da Transformação Digital” o maior número delas. Para isso, será necessário desenhar um norte, um ponto de chegada…um alvo que gamifique esta jornada e que deixe claro o benefício para todos, e quando falamos em TODOS nesta nova cultura, estamos falando de todos os stakeholders envolvidos, a sociedade e a natureza.

Uma das características da Economia Compartilhada é este: A política ganha-ganha. Neste sentido o marketing tem que ser ainda mais competente para passar a mensagem Benefícios, adaptar-se e reagir às mudanças, melhorar processos, humanizar e segmentar por nichos e se preparar para crises e dúvidas.

Após procurar encontrar os motivos certos para motivar colaboradores e empresários seniores (veteranos, babyboomers e X) ao longo de muitos anos, percebi que o medo é a única válvula motriz capaz de tirar da inércia estes indivíduos. Assim, a minha frase motivadora para eles é: mude ou morre no meio do caminho!

Parece trágico, mas é verdade e tem que ser dito. A tecnologia não irá retroceder e a Inteligência Artificial, avança rapidamente, substituindo mão de obra e muitas tomadas de decisões, antes efetivadas apenas por seres humanos, não só na parte mecânica, mas também em outras áreas que jamais imaginávamos ser possíveis como a criação de textos e a resolução de problemas.

Ponto 4: Maturidade e Liderança.

Uma dica importante certamente você tentar copiar o que já é sucesso! Estou falando dos modelos de gestão ágeis e enxutas das startups. Elas são focadas em resolver as “dores” e melhorar exponencialmente a trilha de sucesso da compra e na geração de motivos capazes de encantar a relação e fidelizar os mesmos. 

A filosofia é a seguinte: antes de ter lucro é necessário ter clientes. Clientes são a razão da empresa existir, o lucro deve ser consequência de um trabalho bem, realizado. 

Estabelecidos o seu nível de maturidade digital e a capacidade de liderar mudanças estratégicas um outro entendimento é passível de se formar: somente esta nova cultura de gestão moderna e ambidestra é capaz de produzir integrantes com sentimento de dono para que sejam enfim, desenvolvidas soluções disruptivas diárias que irão alavancar novamente o crescimento da sua empresa.

Em um ambiente como este, por exemplo, jamais o seu negócio irá ficar estagnado no primeiro trimestre, vendo a concorrência tirar NOTA 10 na avenida, enquanto você SAMBA, para manter a folha de pagamento em dia. Concorda?

Sidney Ferrér é palestrante, autor de livros, sócio-diretor da S4 Marketing de Resultados, Reitor da Escola de Inovação Aberta, DPO (LGPD), Diretor de arte, Gestor de Marketing e Vendas, MBA em Marketing, Gestão de Negócios e Marketing e Gestão de Equipes.