Me deu um nó na g… gravata.

Você sabe o que é sobrenome institucional e qual a importância na Nova Economia?
Quando o assunto é gravata, não sei qual comparação fazer para inserir as mulheres no centro desta conversa. Vou tentar! Espero que saibam que sempre me refiro a todos no universo das gerações Veteranos, Baby boomers e X (sem distinção de sexo, gênero ou partido político). Aqui, a única condição é ser maior de 40 anos. Ainda assim, as portas estão abertas para os mais jovens e nem precisa apresentar o RG (digital).
Netfóbico que se preze é saudosista e disso não abrimos mão (risos). Mas para falar da gravata e sua importância na jornada corporativa do sexo masculino não encontrei um paralelo melhor que um par de scarpins para as mulheres. Sim, creio que a primeira vez que uma mulher entra em um escritório ou repartição tripudiando com suas czarinas deva ser inesquecível para as mesmas. (Smack – Beijo no ombro)

A primeira gravata

Bom, a primeira gravata que coloquei, no entanto, não veio acompanhada do glamour de uma função executiva. Tinha apenas 12 anos. Foi no C.A.M.P. (Círculo de Amigos do Menino Patrulheiro) e sequer era possível dar nó, pois vinha com elástico. Ou seja, minha primeira gravata era fake!
Mas foi nesta instituição que aprendi, por exemplo, boa parte das rotinas e comportamentos administrativos nas empresas e sobretudo a importância da hierarquia e da liderança. Depois dela, vieram muitas outras gravatas, algumas de R$ 25,00 outras de US$100! Uma vez, numa aposta de vendas para cumprir metas, ganhei uma da marca Brooksfield, de ninguém menos que Néder Kassen Kemache, terceiro maior homem de vendas diretas do Brasil! (Ele tinha 2.200 gravatas em seu flat).
Por muitos anos, o terno e a gravata foram a minha indumentária. Minha capa de super-homem. Vestido ou equipado desta maneira, me sentia mais forte e empoderado para cumprir minhas funções. Nossa geração era assim… cheia de normas e regras.
Algumas, no entanto, só serviam para disfarçar suas reais intenções. Junto de nossos ternos e scarpans, por exemplo, havia uma outra senha que identificava e proporcionava status ao nosso ego corporativo: o sobrenome institucional.

Você sabe o que é?

Veja só. Eu já fui o Ferrér do Europa; o Ferrér da Topvinil; da Água Doce; do Shopping Interlar Home Office, da Direct Sale TIM, e tantas outras empresas. Portanto, sobrenome institucional é como Você se apresenta no mundo corporativo. Este fator é importante devido a relevância não só do nome (o seu), mas também do sobrenome (empresa).
Algumas vezes esta simples informação tem o poder de te elevar para outros patamares de reconhecimento, mas se uma das referências for negativa, também podem fechar portas. É uma relação simbiótica. Com o advento da tecnologia, da Internet e dos e-mails esta divulgação natural saiu dos cartões e telefones: ‘’ – Alô. Aqui é o Pedro Alvarenga da Ford!’’ e se tornou mais profissional, ao ponto de você ser obrigado a ter um e-mail pessoal e outro corporativo: pedro.alvarenga@fordcompany.com, por exemplo.
Os sobrenomes institucionais, os cartões de visita e as gravatas são ícones de um tempo que não volta mais (exceto em ocasiões especialíssimas). É uma das coisas que aprendi com a imersão na Cultura de Transformação Digital que aprecio e dou muito valor. Eu provavelmente fiquei preso a um terno, uma gravata durante anos e acreditava que, sem aquela ‘’bat-roupa’’ e meu cartão de visita ( sobrenome institucional em destaque), meus superpoderes profissionais não seriam os mesmos.

O negócio é ter conteúdo!

Despojados (quase relaxados), muitos Millennials se demonstraram e demonstram ser profissionais espetaculares, de comprometimento inabalável e fazem fortunas usando tênis, jeans, camisetas e apenas seus nomes de batismo, quando não apelidos. Isso causou um frisson danado em mim e em meus contemporâneos, mas agora passou e é natural se apresentar de camiseta dos Rolling Stones, vestindo um blazer simples e um sapatênis. Acho justo!
Minha reflexão é para que Você reveja estes conceitos que foram enraizados em nossas mentes durante anos como verdades absolutas. Tudo bem! A gente não acha correto ir à escola calçando Havaianas e bermudas (é difícil para nós), mas dizer também que era legal ir de avental branco é um pouco demais para a cabeça, não é mesmo?
Em tempo, nós também nos rebelamos à época e riscávamos todo o avental como se fossem tatuagens de protesto, lembram? Para nós, isso não quer dizer que cantar o hino, voltar à educação física, moral e cívica, não faziam a diferença. Mas temos que ser comedidos, encontrar um meio termo entre os Flintstones e os Jetsons. Foi assim que curei a minha Netfobia.

O negócio é ter conteúdo!

Entenda que na era da Transformação Digital, já não importa mais a maneira como Você se veste, seu sobrenome, formação, experiência, sua roupa ou origem, e sim aquilo que Você de fato COMPROVA que entrega como RESULTADO.
É como diz o Faustão: ‘’Quem sabe faz ao vivo! Ô loco meu!’’. O mercado não quer nem saber mais se um dia utilizamos gravatas ou se temos 30 anos de vivência no setor. Nostalgia não enche barriga, ação sim!
Eu sei, dá um na garganta, mas sem bravatas (ou gravatas): me parece um mundo mais justo, até porque para parecer quem Eu não era, lá no passado, tive que pedir emprestado meu primeiro terno…e a tal tira de seda.
Inove. Sempre.