Netfobia: Orientação e participação respondem por 90% desta equação

Eu sou muito conectado atualmente. Minhas fontes de informações se dividem entre: livros, revistas e network, e é claro, as plataformas digitais de conhecimento que assino. São assuntos em setores distintos, como empreendedorismo, educação, tecnologia, esportes e política, por exemplo.

É muito simples estar sempre bem informado atualmente. Uma dica legal é a plataforma GoRead: todas as revistas do grupo Abril por cerca de R$ 25,00/mês no seu tablete ou smartphone.

Portanto dedico quase que todo o tempo livre que tenho para ler, assistir ou ouvir algo que me traga conhecimento.
Há alguns anos atrás – em um destes momentos – fui surpreendido por um Campeonato Mundial de Counter Strike. Esse jogo online gamificou o nosso Polícia x Ladrão da infância, e o elevou para um patamar impensado quando ainda éramos crianças. Na matéria, uma disputa entre ‘’atletas’’ suecos contra os brasileiros (considerados os melhores do mundo) e com salários que beiravam os 30 mil reais cada.

A Netfobia com os filhos

Logo após ver aquela Arena lotada e aqueles meninos sendo tratados como celebridades, com a ‘’vida ganha e fazendo o que mais amavam’’, me veio uma profunda melancolia à mente.
Eu praticamente torturei meu filho mais novo – Leonardo – durante toda a sua infância para se afastar do ‘’maldito’’ videogame. Enquanto isso ele se aprimorava jogando esse mesmo Counter Strike e também o FIFA (simulador de futebol).

Ficou claro ali que a minha netfobia, havia prejudicado de alguma maneira o futuro do Léo. Pior do que isso: afetou o meu convívio com Ele, seus irmãos e amigos. Nossa geração alucinava que isto não fazia bem. Acredito que fizemos da mesma maneira com o skate e alguns gêneros musicais.

Se Vocês me permitirem vou dar um conselho: não há nada de errado com games, smartphones, skates, tribos e tatoos, mas tem que haver equilíbrio. Além de bom senso e a participação e acompanhamento efetivo dos pais ou responsáveis. O erro está em deixar a ignorância – ou falta de conhecimento e diálogo – ganhar este jogo.

Uma simples medida de segurança

Uma pesquisa elaborada pela doutora Patrícia Peck Pinheiro, especialista em Direito Digital e fundadora do Instituto iStart, relata um alerta importante. A pesquisa registra em média 20 ocorrências de utilização inadequada dos smartphones entre alunos.  Por conseguinte, a pesquisa reforça a minha teoria sobre tal questão, na qual muitos pais presenteiam seus filhos com celulares, terceirizando a educação sem se preocuparem com segurança, por exemplo.

“Com certeza a culpa não é da tecnologia, mas sim da falta de orientação. Se ao dar uma bicicleta ou um skate os pais explicam sobre como ter cuidado para não se machucar e adquirem equipamentos de segurança, por que o mesmo não ocorre com o celular? Onde uma medida de proteção simples seria orientar que não se deve caminhar digitando, por exemplo. E ainda baixar alguns aplicativos para bloquear certos conteúdos e colocar limites para a utilização.”

Amizade com a tecnologia

Em suma, não só a maneira de se conectar com as pessoas está ligada a gamificação de processos, como também o aprendizado nas escolas mais modernas do mundo. Inclusive a formação das futuras profissões. Nós não temos o direito de praticar este tipo de bullying com nossos próprios filhos!  Precisamos sim ter o dever de prepará-los para uma imersão digital cada vez mais profunda. Isto não significa absolutamente viver em função dos gadgets e sim utilizá-lo para o desenvolvimento aliado a outras práticas saudáveis da infância e da juventude.

Ao invés de refutar a ideia de tecnologia (o uso dos smartphones e games), faça o seguinte: participe!

Ouça música, jogue junto e entenda essa jornada com o mesmo espírito e participação que Você gostaria que seus pais tivessem com você. Lembra quando ia jogar futebol de botão, bolinha de gude, brincar de casinha, bonecas ou juntar figurinhas para o álbum do momento? Então em outras palavras: é fazer o que gostaríamos que fizessem por nós.

A propósito, meu filho, Leonardo, acabou indo jogar Counter Strike na vida real. O que é muito mais perigoso e o pior: paga-se bem menos. Acabou optando pela carreira militar. Na foto acima, do topo, dá para perceber que não quero cometer o mesmo erro com meus netos.

Inove. Sempre.