Era da Transformação Digital: Dança das ocupações profissionais após o Chat GPT.

Por Sidney Ferrér.

Na S4, na maioria das vezes, conversamos por horas sobre marketing com um cliente, sem falar absolutamente em criativos, postagens, tráfego, impulsionamento… O novo marketing para marcas estruturadas não depende mais apenas desses fatores operacionais.

Talvez você esteja gargalhando com a afirmação acima neste momento, pode ser inclusive que seja um publicitário ou “marketeiro”, como alguns insistem em ser chamados.

O fato é: acabou o tempo do marketing tradicional, do digital e do amadorismo disfarçado de publicidade, propaganda ou marketing. Chame como quiser, não importa.

O fim foi decretado com o empoderamento do e-consumidor. Um indivíduo que, através do smartphone conectado à internet, possui plenas condições de saber a verdade, a qualidade, os defeitos, custo, seu posicionamento no Reclame Aqui! E quem são seus concorrentes em apenas alguns toques na tela do “quinto membro” da maioria dos seres humanos atualmente: o celular.

Apesar da rispidez em minhas palavras, a bronca é direcionada aos colegas “maus profissionais de marketing” e não ao leitor incauto. Contudo, por incrível que pareça, o enorme poder nas mãos do consumidor ainda nem começou a aflorar, pois nem estou falando ainda do estrago que será criado por disrupções como o ChatGPT (que turbina todo o processo e pode ser considerado uma revolução tão abrupta como a própria internet) e as novas legislações, como a LGPD, que conscientiza o usuário sobre a natureza dos dados pessoais.

Toda a ladainha acima, na verdade, é para que todos entendam que no topo da cadeia alimentar do varejo e de qualquer ação de branding, reina absolutamente o consumidor, mais conhecido como ser humano. Isso mesmo: as pessoas!

Sim, finalmente as pessoas estão sendo obrigadas a serem respeitadas de verdade, pois sem este status no relacionamento não há mais engajamento e nem sentido da “marca” existir.

O tempo está se esgotando para diversas grifes, antes consideradas líderes absolutas de mercado. Nenhuma marca mais se sustenta apenas com base em investimentos, tráfego, frequência, alcance e lembrança. Esses antigos ingredientes de sucesso das marcas foram substituídos por itens como verdade, compliance, propósito, empatia real, comprometimento com as dores das personas, endomarketing, relação profunda com os colaboradores, com a sociedade, com o ecossistema, etc.

Por termos atingido essa consciência, na S4, onde atuo como growth hacker, a parte criativa e operacional é chamada de “arroz com feijão”. O filé é esse trabalho árduo de transportar os clientes para a Economia Colaborativa, para a imersão na Cultura da Transformação Digital como forma de iniciar imediatamente uma mudança de mindset para conseguir levar o modelo de negócio para a próxima década, para que a cultura da empresa, os produtos e serviços estejam adequados à geração Z e alfa.

Além de verificarmos a relação do fundador com seus colaboradores e o mercado, a S4 batalha para implantar o Código de Ética e Compliance, conscientizar e adequar a empresa à LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados. Auxilia até no recrutamento de novos profissionais e geralmente estatiza um departamento de marketing dentro da empresa.

Sim, meus amigos… tudo isso é marketing. Pois essa palavra abrange todas as raízes com capacidade de levar uma empresa ao sucesso ou ao fracasso. Por exemplo, outros pilares também são averiguados, como a presença de um bom contador, profissionais de TI, a qualidade do jurídico, fluxo de caixa e até se os fundadores já efetivaram um sistema de holding, para dar maior segurança patrimonial e nas decisões.

Na parte de produto, atendimento e serviços, a parceria atinge um nível de complexidade ainda mais focado:

A) Projeção da ergonomia das experiências para serviços, produtos e atendimento omnichannel;

B) Design de trilhas de sucesso para colaboradores e clientes;

C) Criação de células em busca de disrupções que aumentem os resultados;

D) Implantação da mentalidade Startup Enxuta;

E) Busca pela próxima curva do negócio.

Urge que empresários, sobretudo os seniores (geração Veteranos, Baby Boomer e X), acordem para essa espécie de humanização das estratégias de marketing, pois a tecnologia é somente um meio mais rápido de alcançar esse objetivo, nada mais do que isso.

 

Sidney Ferrér é Growth Hacker da S4MKT, empresário, escritor, palestrante, MBA em Gestão, Negócios e Desenvolvimento de Equipes. Diretor de artes e vendas. Reitor da Escola de Inovação Aberta.